No dia 24 de outubro meus colegas de pós Moda Gestão e Marketing e eu celebramos o conhecimento. Formatura é saber que nunca estaremos formados em sabedoria. Sempre existirá espaço para o desconhecido.
Discurso de Paulo Hoepers
"...Depois de um ano e meio falando besteiras vocês acham que eu estaria aqui para falar sério?
Durante este tempo que estivemos aqui percebemos muitas coisas. Analisamos de perto a eterna luta da Simone para descobrir se era uma aluna ou professora. Conhecemos a Kátia, a Kátia grávida, a Kátia barriguda, a Kátia quase explodindo e a Kátia mãe. E quem poderia esquecer o monólogo da Agda exigindo silêncio... “Olha só Gu... acho assim.” Ivone, uma de nós que se tornou coordenadora e que isso subiu para a cabeça, mas a instituição não poderia ter feito melhor escolha.
Algumas coisas nunca vamos esquecer como a Katiane e Marina no coffe como duas condenadas na última refeição. As eternas filosofias da Gabi. As calças Knor do Nivaldo. O “né” da Mirene ããã... né! As várias viagens da Rosane para a Europa. A casa da Érica que serviu para a primeira e única festa da turma. Enfim, muitas histórias, muitas personalidades, muitas figurinhas, muitos sonhos, muitas carreiras, muitas formações. UMA TURMA."
Obrigada especialmente aos mestres que para mim foram e são muito importantes: Liliane Ferreira, a pequena e gigante Lili sabe tudo sobre cultura da moda. A Tania Lima e Tetê Rebello pelo vasto conhecimento em marketing de moda este mundinho que tem ainda muito a ser desbravado. Em especial a aluna professora que se tornou uma amiga, a guerreira Sy Dário.
domingo, 25 de outubro de 2009
sábado, 25 de julho de 2009
A semente e a árvore
Em um sábado de sol um letrado e uma comediante decidiram fazer um piquenique. Estenderam a toalha xadrez vermelha no chão e começaram a beber um delicioso cabernet sauvignon. Enquanto isso, algumas crianças brincavam na gangorra. Outras se divertiam em um carrossel enferrujado que gritava por cuidados. Suas engrenagens já não deslizavam como antes. Mas ele estava ali, fazendo o mundo delas girar. Jogando nos olhos rastro de tinta atirada na velocidade do tempo. Antes que o próprio tempo substitua seu efeito por uma garrafa de vinho.
Adultos quando embriagados acham que escutam vozes. Vozes de semente e árvore.
O letrado e a comediante já não sabiam mais o que era verdade e vertigem quando ouviram a semente dizer para outra semente:
Não corra, por favor, não me deixe aqui sozinha, inha, inha, inha...
Só estou contando histórias que observei aqui de baixo. Já vi esta árvore passar por tempestades, (in)certezas. Ela se permitiu ficar de pé por ter longas raízes. Algumas ela faz questão de deixar exposta para que uns tropecem, caiam e olhem para trás para observá-la. Outros até a xingam por isso. Com toda razão, ela provoca, gosta de viver no conflito. São nestas raízes que estou presa. Tenho me alimentado de seus frutos “ácidoce”. Todas as segundas passa por aqui o sarau do besouro zumbi. Eles varam a noite e eu caio no sono profundo. Destes poetas já recebi as flores mais perfumadas. Desta árvore já ouvi muitas e muitas histórias e quem sabe algum dia dividirei com alguém além de você.
- Vá! Disse a árvore para a semente falante.
- Você é livre para ir aonde bem entende. Não precisas de mim para ir a nenhum, nenhum lugar. Não necessitas de minha atenção. Estais presa na raiz desta árvore porque queres.
S - Mas eu sai aí de dentro! Quando eu nasci você era apenas uma árvore atraente. Não és capaz de perceber que precisas de mim?
A - Ora, ora. Já te disse que não precisas de mim. Sementes não ficam eternamente presas na árvore. Algumas sementes ficam adormecidas por algumas estações. Neste período elas são protegidas pela grande árvore. Algumas sementes não suportam a umidade. Acabam virando adubo para que eu possa me alimentar. Outras rolam pelo campo, invadem a estrada do homem e sem querer ele pisa nelas. Esmaga as mesmas.
S - Que triste fim tem estas sementes.
A - A vida é assim mesmo. Aqui do alto posso ver coisas que ninguém vê. Observo atentamente cada passo. Por este motivo meu tronco é coberto de espinhos. Eles impedem a aproximação de estranhos. Estes mesmos espinhos acabam machucando algumas crianças. Muitas delas vêm até mim. Penduram seus balanços em meus braços. Elas dão alegria para os meus dias. Quando você crescer vais entender exatamente o que estou dizendo.
S - Então significa que vou crescer?
A - Sim, você crescerá. Seja uma árvore linda. Mas nunca cresça, cresça, cresça.
S - Por quê?
A - Somos parte da natureza, não somos a natureza. Uma árvore que cresce demais o vento vem e quebra. Permita então que o jardineiro da vida venha e te pode a cada estação. Assim você terá folhas vistosas e frutos saborosos.
E a semente seguiu seu caminho.
S - Talvez eu seja uma semente nômade flertando o vento.
Gabi
Adultos quando embriagados acham que escutam vozes. Vozes de semente e árvore.
O letrado e a comediante já não sabiam mais o que era verdade e vertigem quando ouviram a semente dizer para outra semente:
Não corra, por favor, não me deixe aqui sozinha, inha, inha, inha...
Só estou contando histórias que observei aqui de baixo. Já vi esta árvore passar por tempestades, (in)certezas. Ela se permitiu ficar de pé por ter longas raízes. Algumas ela faz questão de deixar exposta para que uns tropecem, caiam e olhem para trás para observá-la. Outros até a xingam por isso. Com toda razão, ela provoca, gosta de viver no conflito. São nestas raízes que estou presa. Tenho me alimentado de seus frutos “ácidoce”. Todas as segundas passa por aqui o sarau do besouro zumbi. Eles varam a noite e eu caio no sono profundo. Destes poetas já recebi as flores mais perfumadas. Desta árvore já ouvi muitas e muitas histórias e quem sabe algum dia dividirei com alguém além de você.
- Vá! Disse a árvore para a semente falante.
- Você é livre para ir aonde bem entende. Não precisas de mim para ir a nenhum, nenhum lugar. Não necessitas de minha atenção. Estais presa na raiz desta árvore porque queres.
S - Mas eu sai aí de dentro! Quando eu nasci você era apenas uma árvore atraente. Não és capaz de perceber que precisas de mim?
A - Ora, ora. Já te disse que não precisas de mim. Sementes não ficam eternamente presas na árvore. Algumas sementes ficam adormecidas por algumas estações. Neste período elas são protegidas pela grande árvore. Algumas sementes não suportam a umidade. Acabam virando adubo para que eu possa me alimentar. Outras rolam pelo campo, invadem a estrada do homem e sem querer ele pisa nelas. Esmaga as mesmas.
S - Que triste fim tem estas sementes.
A - A vida é assim mesmo. Aqui do alto posso ver coisas que ninguém vê. Observo atentamente cada passo. Por este motivo meu tronco é coberto de espinhos. Eles impedem a aproximação de estranhos. Estes mesmos espinhos acabam machucando algumas crianças. Muitas delas vêm até mim. Penduram seus balanços em meus braços. Elas dão alegria para os meus dias. Quando você crescer vais entender exatamente o que estou dizendo.
S - Então significa que vou crescer?
A - Sim, você crescerá. Seja uma árvore linda. Mas nunca cresça, cresça, cresça.
S - Por quê?
A - Somos parte da natureza, não somos a natureza. Uma árvore que cresce demais o vento vem e quebra. Permita então que o jardineiro da vida venha e te pode a cada estação. Assim você terá folhas vistosas e frutos saborosos.
E a semente seguiu seu caminho.
S - Talvez eu seja uma semente nômade flertando o vento.
Gabi
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Memória de guarda-roupa
Quando criança minha mãe era a chefe do guarda-roupa. A diferença de idade entre eu e minha irmã mais velha é menos de um ano. Um prato cheio para minha mãe nos tratar como uma dupla de par de vasos. Imagine se fôssemos gêmeas! Ela de conjuntinho de pluche vermelho e eu de roxo. Eu e ela de vestido vermelho de veludo cotelê com um pato bordado na frente. A saia com top de crochê também fizeram parte das roupas de final de semana, o dela rosa o meu branco. Fora os vestidos balonês, trapézio e cabelo a lá Chitãozinho e Chororó. Mas nosso sonho nunca realizado era ter uma roupa de paquita com direito à bota e tudo.
Uma camisola muito especial...
Minha mãe costurou só para mim uma linda e longa camisola branca e bordou com várias florzinhas rosa cor de bebê. Com esta camisola e de pantufa nos pés estreei nos palcos. Feliz da vida cantei para minha mãe junto com minhas coleguinhas Ursinho Pimpão.
Dois anos depois...
Ganhei uma galocha rosa, me senti aceita por todas minhas amiguinhas que já tinham as suas.
Brincando de fazer roupas...Barbie ou Zuzi? Se não tem Barbie vai de Suzi mesmo. Fazer roupas para a Zuzi não era bom, ela tinha as coxas grossas e quando costurava uma calça sempre esquecia este detalhe. Resultado, a calça não entrava. Até que ganhei minha primeira Barbie no lugar de uma bicicleta já que eu não sabia andar na mesma. Ai tudo ficou mais fácil, qualquer retalho estava eu inventando moda, costurando.
Xô camiseta e bermudão...
A independência no vestir veio quando eu disse para minha mãe que não aceitava mais usar camisetas. Eu por ser magra demais comecei a me sentir ainda mais magra. Essa decisão foi tomada porque observava minhas amigas e em especial minha irmã usando roupas mais justas, de “mocinha”. Começo a borbulhar na minha cabeça porque eu tinha que me vestir como um menino. Era assim que eu me sentia. Comecei a questionar porque minha mãe permitia que minha irmã usasse aquelas roupas e eu não, já que sempre usamos as mesmas roupas.
Mamãe eu cresci...
Meu primeiro sapato de salto foi uma plataforma da Parô, minha irmã ganhou uma igual. Mesmo assim eu me sentia um máximo, pois ficava mais alta que minhas tias. Mas meu desejo era que meus pés crescessem para que eu pudesse usar todos os sapados da minha mãe, até hoje espero por isso.
Amor a primeira vista...
Namorei por algumas semanas um vestido de renda de bilro, bordado com miçangas e canutilhos na vitrine. Lindo, lindo! Ele foi o meu primeiro vestido de festa.
Independência com dose de indecisão...
A primeira roupa que comprei sozinha foi uma mini-saia azul de sarja com vários botões na frente. Já o primeiro sapato foi um escândalo, decidi logo por uma sandália vermelha. Mas antes de fazer esta bela aquisição dei uma ligada para saber a opinião da mãe.
Esta é a essência do meu guarda-roupas de memória...
Aquilo que foi costurou o que é.Minha casca carrega meu humor, meu estado de espírito. Já não recebo mais interferência da minha mãe e da minha irmã. “Levei” muito a sério esta história de independência, tão a sério que me permito ser o retrato de tudo aquilo que me cerca.
Uma camisola muito especial...
Minha mãe costurou só para mim uma linda e longa camisola branca e bordou com várias florzinhas rosa cor de bebê. Com esta camisola e de pantufa nos pés estreei nos palcos. Feliz da vida cantei para minha mãe junto com minhas coleguinhas Ursinho Pimpão.
Dois anos depois...
Ganhei uma galocha rosa, me senti aceita por todas minhas amiguinhas que já tinham as suas.
Brincando de fazer roupas...Barbie ou Zuzi? Se não tem Barbie vai de Suzi mesmo. Fazer roupas para a Zuzi não era bom, ela tinha as coxas grossas e quando costurava uma calça sempre esquecia este detalhe. Resultado, a calça não entrava. Até que ganhei minha primeira Barbie no lugar de uma bicicleta já que eu não sabia andar na mesma. Ai tudo ficou mais fácil, qualquer retalho estava eu inventando moda, costurando.
Xô camiseta e bermudão...
A independência no vestir veio quando eu disse para minha mãe que não aceitava mais usar camisetas. Eu por ser magra demais comecei a me sentir ainda mais magra. Essa decisão foi tomada porque observava minhas amigas e em especial minha irmã usando roupas mais justas, de “mocinha”. Começo a borbulhar na minha cabeça porque eu tinha que me vestir como um menino. Era assim que eu me sentia. Comecei a questionar porque minha mãe permitia que minha irmã usasse aquelas roupas e eu não, já que sempre usamos as mesmas roupas.
Mamãe eu cresci...
Meu primeiro sapato de salto foi uma plataforma da Parô, minha irmã ganhou uma igual. Mesmo assim eu me sentia um máximo, pois ficava mais alta que minhas tias. Mas meu desejo era que meus pés crescessem para que eu pudesse usar todos os sapados da minha mãe, até hoje espero por isso.
Amor a primeira vista...
Namorei por algumas semanas um vestido de renda de bilro, bordado com miçangas e canutilhos na vitrine. Lindo, lindo! Ele foi o meu primeiro vestido de festa.
Independência com dose de indecisão...
A primeira roupa que comprei sozinha foi uma mini-saia azul de sarja com vários botões na frente. Já o primeiro sapato foi um escândalo, decidi logo por uma sandália vermelha. Mas antes de fazer esta bela aquisição dei uma ligada para saber a opinião da mãe.
Esta é a essência do meu guarda-roupas de memória...
Aquilo que foi costurou o que é.Minha casca carrega meu humor, meu estado de espírito. Já não recebo mais interferência da minha mãe e da minha irmã. “Levei” muito a sério esta história de independência, tão a sério que me permito ser o retrato de tudo aquilo que me cerca.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
O ser
Ontem com a minha velha idade deitada na cama
Comecei a pensar entre o ser que é o que é que não é e não é o que é e o ser que é o que é
Tudo porque sobrou apenas o resto
Literalmente o resto de pizza e três azeitonas
Eu não estou louca, juro
Aos poucos o sono me consumiu
Acabei não publicando um poema que escrevi especialmente para o dia de hoje
Mas os poemas de ontem já não valem mais
Perdem sentido
Mas o último trecho do poema dizia:
Amanhã não mande flores, muito menos compre
Roube qualquer uma que encontrar pelo caminho,
Melhor!
Roube algumas de algum jardim mal cuidado
Sério, vou dar mais valor a este gesto
Entenda, não estou pedindo flores
Mas fiz questão de sugerir já que hoje é o meu último dia
No caso ontem foi o meu último dia
Deixa para lá...
São apenas pensamentos que me cutucaram e eu resolvi compartilhar contigo hoje
Muito obrigada pelas palavras de carinho!
Não espere mais um ano para me abraçar, desejar saúde, me ligar, convidar para festas, contar histórias engraças ou até mesmo tristes.
Neste momento eu estou só
Eu, meus pastéis e dois litros de Pepsi
Pensando entre o ser que é o que é que não é e não é o que é e o ser que é o que é
Parabéns para você também!
Hoje você completa mais um dia de vida!
Gabi
Comecei a pensar entre o ser que é o que é que não é e não é o que é e o ser que é o que é
Tudo porque sobrou apenas o resto
Literalmente o resto de pizza e três azeitonas
Eu não estou louca, juro
Aos poucos o sono me consumiu
Acabei não publicando um poema que escrevi especialmente para o dia de hoje
Mas os poemas de ontem já não valem mais
Perdem sentido
Mas o último trecho do poema dizia:
Amanhã não mande flores, muito menos compre
Roube qualquer uma que encontrar pelo caminho,
Melhor!
Roube algumas de algum jardim mal cuidado
Sério, vou dar mais valor a este gesto
Entenda, não estou pedindo flores
Mas fiz questão de sugerir já que hoje é o meu último dia
No caso ontem foi o meu último dia
Deixa para lá...
São apenas pensamentos que me cutucaram e eu resolvi compartilhar contigo hoje
Muito obrigada pelas palavras de carinho!
Não espere mais um ano para me abraçar, desejar saúde, me ligar, convidar para festas, contar histórias engraças ou até mesmo tristes.
Neste momento eu estou só
Eu, meus pastéis e dois litros de Pepsi
Pensando entre o ser que é o que é que não é e não é o que é e o ser que é o que é
Parabéns para você também!
Hoje você completa mais um dia de vida!
Gabi
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