segunda-feira, 23 de julho de 2007

Milho ou Pipoca?

Milho de pipoca que não passa pelo fogo,
continua a ser milho de pipoca para sempre.
Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa.
Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos.
Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe,
perder o emprego e ficar pobre.
Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo!
Sem fogo o sofrimento diminui.
Com isso, a possibilidade de transformação também.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela,
lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer.
Dentro da sua casca dura, fechada em si mesma,
não pode imaginar um destino diferente para si.
Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM!
E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente,
algo que ela mesma nunca havia sonhado.

Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a
estourar.
São como aquelas pessoas, que, por mais que o fogo esquente,
se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito de
serem.
A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.
No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva.
Não vão dar alegria para ninguém.

(autor desconhecido)


domingo, 1 de julho de 2007

Humanos?

Criança Geopolítica Assistindo ao Nascimento do Novo Homem - Salvador Dali – 1943

Nada mais consegue assustá-lo ou emocioná-lo.
Ele cortou todos os milhares de fios da vontade que nos ligam ao mundo e nos puxam para a frente e para trás (cheios de ansiedade, carência, raiva e medo), num sofrimento constante.
Sorri e olha calmamente para trás, para a ilusão do mundo, indiferente como um jogador de xadrez no final de uma partida. (Schopenhauer)